Ultimamente, não sei o que há de errado comigo. Não mais me reconheço. Acordo pela manhã, já esperando que o pior aconteça. O pior é não saber o que especificamente é o pior. A preguiça engole-me a alma, mas adquiro o espirito do novo dia e, enfim, acabo levantando. Direto ao banheiro, algumas músicas para tentar garantir que o dia transcorra o mais normal possível ( felizmente?) . Cai o sabonete por entre os dedos; uma lacraia sobe pelas frestas do ralo. Duelamos - eu, lançando "goticulas- bomba" de água sobre sua porção posterior; ela, promovendo movimentos ondulatórios, em tentativa de contraposição ao movimento da mini - correnteza. Acabo vencendo, como sempre. Saio quieto, a toalha ainda enxugando o semblante enfastiado. Calça, camisa do dia, mochila e respectivos materiais, tudo em seus devidos lugares. Na cozinha, espera-me o líquido espesso, uma mesclagem estranha e, de acordo com a fabricante, "forte e sustentadora do juízo". Feito o sacrificio da ingestão ( o líquido escorre como gilete) , as abluções dentárias. "Close up", essencia menta, compõe a constipada saída. Chave à mão, produz-se o ruído característico do chaveiro do ISBA. Às escadas, um só ritmo, um só som...Jogo-me ladeira acima.Paro no local indicado. Olhares, cabelos, pernas, conhecidos... O ônibus aponta incisivo. Um bom dia, um assento ou um vácuo. Olhar fugidio, metafisico. O mar, lembranças, angustias...as responsabilidades. Um singelo obrigado, um prestar de atençoes. Atravesso a correnteza da maquinaria humana. Mais um" bom dia", adentro ao portão: pressiono o botão, um fluido gélido a tocar o palato e deslizar intenso pela faringe. Umedecido, o corredor de luz a vestir-me com o véu do dia. A maçaneta levemente emperrada, um esforço sobrehumano, um mundo, um mar. Aumenta-se a tensão. Angustias, Piscadelas, olhares, cabelos, cabelos e mais cabelos, mãos. Sorrisos. Risos...RISOOOSS!!!! ...."Oi".... Um lápis, uma folha, nervosismo, "adrenergia"....Suspiros. Suspiro. Concentração. Passa o filme das responsabilidades. Num contra-balanço: o video das vontades. Da vontade. Vontade Versus Responsabilidade. O olhar. O mistério profundo, insensato, inquieto. A minha diferença. As minhas diferenças. A indiferença. O orgulho. O sofrimento, a dor. A Aula e o conteúdo penetrantes. Vozes roucas, veludosas. O aprendizado. O Ensinamento para a vida. As certezas. As sugestões. Ensinam-me a viver, a olhar o mundo por outras perspectivas. Concordo e discordo. Quebram esteriotipos, quebro esteriótipos. Descontruo e reconstruo. Agradeço ao interlocutor (sincera e profundamente). Penso, suscito, dialogo introspectivamente, omito opiniões. Observo, observo, observo. Julgo, condeno, arrependo-me, revogo. Calo-me. "Discuto me myself". Faz frio, muito frio. Congelo-me, estagno sentimentos. Vem-me a dor. Suspiro. Risos...RIISOOS. EScuto um "Louco, desvairado". Um Beijo, um cheiro sincero e honesto; piadas. As conversas, descontrações. Contraçoes voluntárias dos meus musculos lisos. Ondulações especificas da minha voz. Declarações de amizade, de AMOR. Vem-me a comoção. A preocupação com o futuro. A responsabilidade. A imagem que persiste. Que turva. Que me faz sonhar, ter pesadelos, modificar-me completamente. São os meus fantasmas interiores......
(...)
As vontades peregrinam para o infinito.
Texto inconcluso.
(...)
As vontades peregrinam para o infinito.
Texto inconcluso.

