Um dia as palavras se reunem,
dissolvem-se em si mesmas.
Outro dia, esvaem-se em
um sopro adiabático.
Um dia as aranhas se apaixonam,
trocam carícias em cautas gesticulações.
Outro dia, tornam-se adversárias
em um canibalismo ferrenho e necessário.
Um dia o mundo subverte-se em tragédias,
afoga-se em sofrimento e dor.
Outro dia, uma nesga de luz
quebranta a atmosfera trevosa.
Um dia as pessoas se unem,
envolvem-se em misterios intensos e egrégios.
Outro dia, desatam-se
em um toque tênue e definitivo.
Ah! Vida.
O Vôo
Há 15 anos

